Instalado pela primeira vez em 2012, grupo atua principalmente na defesa dos hospitais filantrópicos do estado

Assegurar a sustentabilidade e o pleno funcionamento dos hospitais catarinenses é o principal objetivo da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde dos Catarinenses, criada em 2012 e reinstalada nesta terça-feira (27), por iniciativa do deputado José Milton Scheffer (PP). Ao longo dos anos, a frente alcançou resultados significativos, como a criação do Fundo de Apoio aos Hospitais Filantrópicos, ao Hemosc e Cepon, além da implementação da Política Hospitalar Catarinense e da isenção do ICMS nas contas de energia elétrica das instituições de saúde.

Este ano, a intenção é atuar na readequação e no aprimoramento da Política Hospitalar Catarinense, na implementação de ações para melhoria e garantia do programa de redução da fila de cirurgias eletivas, além de colaborar com o governo na criação de um programa estadual de saúde mental. A Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Catarinense conta, ainda, com a participação dos deputados Vicente Caropreso (PSDB), Marcius Machado (PL), Oscar Gutz (PL), Matheus Cadorin (Novo), Pepê Colaço (PP), Marquito (Psol) e Altair Silva (PP).

Segundo Scheffer, que coordena a frente, o grupo é composto “vinte deputados estaduais que tem uma missão muito forte de, além de trabalhar pelas políticas públicas de saúde, também ser a voz e a defesa dos hospitais filantrópicos e trabalhar sempre em parceria com as instituições que representam esses hospitais.”

Dez anos se passaram desde a criação da frente e, conforme Scheffer, nesse tempo, os hospitais passaram a contar com um grupo de parlamentares de diferentes bandeiras partidárias, mas cujo foco de trabalho é a defesa da saúde e a criação de políticas públicas de proteção e fortalecimento do sistema hospitalar catarinense. “Temos um grande número de hospitais filantrópicos e comunitários que atendem a nossa população. De cada dez catarinenses atendidos pelos SUS, sete são atendidos pelo sistema filantrópico. Então, é um patrimônio da nossa sociedade, característica da nossa cultura, a filantropia.”

Giovanni Nascimento, diretor-presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fehoesc), destacou a importância da rede privada e filantrópica dos hospitais, o seu papel fundamental na promoção do bem-estar e no atendimento de excelência a todos os catarinenses. “A Fehoesc representa hoje 180 hospitais e mais de três mil estabelecimentos de serviço de saúde no estado. A rede é responsável por mais de 70% dos atendimentos pelo SUS e, sem dúvida, é a força do nosso associativismo. Com isso, é imprescindível o apoio dos entes públicos e do parlamento para superarmos as adversidades do dia a dia, encontrando saídas viáveis, por meio do diálogo e da união de esforços para atendermos as demandas do segmento de saúde.”

Maurício Souto-Maior, presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Santa Catarina (Ahesc), afirmou que a frente proporcionou as condições para que o Estado pudesse contemplar recursos fundamentais e indispensáveis para o funcionamento dos hospitais que atuam pelo SUS e representam mais de 70% dos atendimentos.

O superintendente do Ministério da Saúde em Santa Catarina, Silvio da Costa, afirmou que a defesa do SUS é de extrema importância encontros como esses. “O Ministério da Saúde tem, hoje, mais de 90 convênios com as entidades filantrópicas que, juntos, somam R$40 milhões dos convênios vigentes. Desses, R$40 milhões são para compra de equipamentos públicos, para a oferta de serviços à população. Então, o Ministério da Saúde entende a importância das entidades filantrópicas para o acesso do cidadão ao sistema de saúde e é importante, também, que a gente olhe o conjunto da rede de saúde. Precisamos avançar na regionalização, na expansão do Saúde da Família, na diminuição de filas, no aumento de cobertura.”

Carmem Zanotto, secretária de Estado da Saúde, ressaltou a defesa da melhoria da qualidade de vida das pessoas e a relevância da união entre poder público municipal, estadual e federal e instituições de saúde filantrópicas, além do apoio do Ministério Público, representado pelo promotor Douglas Roberto Martins.

Cirurgias eletivas

O diretor da Fehoesc declarou que, sob essa sólida união, foi possível superar tantas dificuldades durante a pandemia do coronavírus, por exemplo, mas seus reflexos permanecem. Entre eles, o acúmulo de cirurgias eletivas em praticamente todas as regiões de Santa Catarina. Ele lembrou que o governo do Estado lançou o desafio para que a fila seja zerada num curto espaço de tempo e, mais uma vez, a rede de hospitais privados e filantrópicos vem desempenhando um papel fundamental para que essa meta seja atingida.

A secretária de Estado da Saúde declarou que a melhoria da qualidade de vida das pessoas, a melhoria de acesso por serviços de saúde se dá por iniciativas como a frente parlamentar. “Existem, hoje, 64 mil pacientes aguardando por um procedimento cirúrgico e 36 mil por uma consulta cirúrgica. São pacientes que deram entrada antes de 30 janeiro. Alguns aguardavam desde 2017. Isso tem impacto direto em situações que precisamos enfrentar. Um dos primeiros desafios, e queremos agradecer a todos os secretários municipais, foi romper barreiras das portarias ministeriais. Significa garantir aos serviços que já estão habilitados, da alta complexidade da cardiologia, fazer os demais procedimentos que antes eram referenciados para o Instituto de Cardiologia em Florianópolis. Isso reduz tempo de espera.”

Zanotto apresentou, ainda, avanços nos seis meses de atuação da secretaria de Saúde do Estado e relatou o apoio da frente parlamentar nesse tempo, destacando a celeridade nos procedimentos cirúrgicos como um todo.

Também acompanharam a reinstalação da frente os deputados Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde da Alesc, Emerson Stein (MDB), Gerri Consoli (PSD), Paulinha (Podemos), Tiago Zilli (MDB).

FOTO: Bruno Collaço /AGÊNCIA AL