Febre, em geral alta, dor de cabeça e no corpo, mal-estar generalizado e náuseas são alguns dos sintomas que podem indicar a febre maculosa. Como não são específicos, podem ser confundidos com outras doenças e, por isso, merecem atenção para que seja realizado o diagnóstico preciso e para que o tratamento comece o quanto antes.

A maior concentração de casos da doença é nas regiões Sudeste e Sul. Em 2021, até o mês de setembro, o país registrou 69 casos e 19 mortes.

“Temos identificado o aumento de registro de casos de febre maculosa, esperado para o período do ano. Por isso, alertamos para importância de adotar medidas de prevenção, principalmente quando estiver em áreas rurais, de mata ou de transmissão reconhecida de febre maculosa, e em caso de suspeita da doença iniciar o tratamento imediatamente”, explica o coordenador de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, Marcelo Wada.

A febre maculosa tem sido registrada em áreas rurais e urbanas do Brasil e é causada por carrapatos, principalmente os conhecidos como “carrapato estrela”. Eles são encontrados principalmente nas capivaras e cavalos. A transmissão, no entanto, pelo carrapato de cachorro é menos comum, mas também pode acontecer.

O período de incubação da febre maculosa, ou seja, tempo da infecção até manifestação dos primeiros sintomas, é de 2 a 14 dias, mas varia de acordo com cada pessoa. Em geral, entre o segundo e o sexto dia, podem surgir manchas vermelhas pelo corpo principalmente na região das mãos e pés. Embora seja o sinal clínico mais importante, as manchas vermelhas podem não aparecer, o que pode dificultar ou retardar o diagnóstico e o tratamento.

Saiba como se proteger

O mais importante é que tomando alguns cuidados básicos é possível se proteger:

Evite áreas que apresentem infestação de carrapatos ou onde a circulação de febre maculosa é reconhecida;
Ao participar de atividades de trabalho ou de lazer, em áreas arborizadas, com vegetação alta e gramados, use roupas claras para facilitar visualização de carrapatos no corpo e assim a sua remoção imediata;
Durante as atividades, use sapatos fechados, camisa de manga longa, calças e repelentes de insetos;
Depois de realizar atividades nesses ambientes com risco de ser picado por carrapato, lembre-se de checar todo o corpo e remover os carrapatos que estejam aderidos.

Saiba mais sobre a doença

Com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nas mãos e nos pés, que não coçam, mas que podem aumentar em direção ao corpo.

Quanto mais rápido uma pessoa retirar os carrapatos de seu corpo, menor será o risco de contrair a doença.

Por isso, fique atento: Se encontrar um carrapato na peça de roupa ou no corpo após atividade ao ar livre, remova-o com uma pinça. Nunca aperte ou esmague o aracnídeo. Depois da remoção, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.

Em caso de surgimento desses sinais, principalmente, após ser picado por carrapatos ou ter feito trilhas, visita a parques, fazendas ou trabalhar em regiões com presença de mata alta, procure atendimento médico e relate todos os sintomas.

Diagnóstico

Dentre os testes laboratoriais para identificação da febre maculosa, está o de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), que detecta a presença de anticorpos contra a bactéria causadora, a partir de coleta de sangue. Também há o exame de Imunohistoquímica, que identifica a bactéria em amostras de tecidos obtidas a partir de biópsia de lesões de pele.

Ações do Ministério da Saúde

Para o enfrentamento da doença no Brasil, o Ministério da Saúde realiza capacitação de profissionais de saúde voltada para diagnóstico e manejo clínico do paciente, além do apoio na investigação ambiental para coleta e taxonomia (classificação) de carrapatos. Também são produzidos boletins técnicos para auxiliar as secretarias estaduais de Saúde.

AGÊNCIA SAÚDE

Foto: Raquel Portugal/Fiocruz Imagens